Chapter Twenty

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Reconciliação

Mal podia acreditar quando o vi especado, ali bem à minha frente. Senti o meu mundo caír-me aos pés. Que será que ele queria agora? Teria notado que não parava de olhar para ele, e decidira vir pedir-me para parar de o perseguir visualmente? Talvez já estivesse, decididamente, cansado de mim. Bem, já era isso que me ía parecendo, aos poucos, desde aquele dia lá no Hospital.
Optei por não dizer coisa alguma. Olhei apenas para ele antes de ter de fixar de novo o caderno. Não aguentava sequer cruzar os olhos dele. Só isso me doía de uma maneira horrível.

– Bella, eu... Podemos conversar?

Ele? Conversar comigo? Eu pensei que ele estava a lutar por não o fazer. Aliás, por vezes, parecia que nem sequer tinha de lutar muito por isso. Essa parte era a que mais me custava. A que mais me magoava o peito. Era como se se tivesse aberto um buraco cá dentro, que por mais que eu tentasse, não tinha como saber sarar.

– O que foi? - mesmo ter de lhe falar doía...

– Eu... Aqui não, por favor. Queria falar... A sós, pode ser?

Acenei só, antes de começar a arrumar as minhas coisas dentro da mochila. Nem conseguia organizar as ideias, nem sequer sabia bem o que raio estava a fazer.
Ok. Primeiro, ele gritara comigo por uma coisa que, raios me partam, eu nem sabia que era tão insuportável para ele. Depois, com o passar do tempo, deixara de me falar. A seguir, nem sequer se preocupara em saber como eu estava, se estava viva ou morta sequer. Para melhorar, fizera questão de nem me dizer "bom dia" nesta manhã e, simplesmente, mudara de lugar na aula, sem ter pelo menos a consideração de me avisar. Agora, vinha pedir-me para conversar-mos. Sozinhos, ainda por cima! Em resumo, o que queriam que ele eu pensasse? Era óbvio que ele queria só gozar o pratinho!
Segui-o até à estrada do bosque. Retive-me um pouco à espera que ele parasse, mas vi-o continuar caminho a fora. E agora, que fazia?
Ele parou. Olhou para trás, ao ver que eu me detivera.

– Bella... Vamos... Dar uma volta, os dois?

Olhei um pouco para ele, antes de avançar aos poucos para o seguir. Edward voltou a caminhar, à minha frente. Ao fim de uns minutos, largou a mochila dele junto a uma árvore e sentou-se debaixo dela. Fiquei parada à espera que ele começasse a falar.

– Senta-te aqui - disse-me, simplesmente.

Continuei calada. Larguei a mochila ao lado da dele e sentei-me, sempre com o cuidado de não me aproximar demasiado dele. Não queria que se sentisse do tipo enojado com a minha presença. Vi-o sorrir de modo leve, encarando as mãos, quando me sentei. Suspirou.

– Desiludi-te mesmo, não foi?

Olhei para as minhas mãos também. O que raio estava ele para ali a perguntar? Como se ele não soubesse. Como se ele se importasse muito com o que eu sentia ou não. Afinal, deixara-me pendurada, certo?

– Edward...

– Desculpa.

Virei a cabeça para ele. Ok. Desculpa? Desculpa dizia eu, ele estava a pedir-me desculpa... A mim?

– O quê?

Fiquei a olhá-lo muito, à espera que se decidisse a explicar-me bem o que pretendia ele com aquilo. Não tive de esperar muito tempo.

– Bella, eu... Eu sei que fui... Sei lá, parvo. Idiota, estúpido, o que quiseres chamar-me. Desde aquele dia que me senti como se me tivesses aberto os olhos para uma coisa da qual nunca me havia apercebido. Sei que isso não justifica a minha atitude, mas... É a única justificação que consigo encontrar.

Ok. Agora, eu não estava a perceber mesmo nada.

– Como assim?

– Tu és... Tens tipo... Uma espécie de... Alma adorável, já te apercebeste disso?

Aã?!

– Eu? - perguntei, confusa ao extremo.

– Sim. Quero dizer... Tu... Dás segundas oportunidades às pessoas mesmo quando elas não merecem... És... Tens um bom coração... Bem... Não sei se me estou a fazer entender...

– Mais ou menos...

– Acerca da Rosalie, eu...

Oh bolas, outra vez?!

– Edward, eu não vou voltar atrás! - consegui, pelo menos, que ele me encarasse finalmente - A Rosalie não teve culpa de nada. Só defendeu o que era dela. Eu não posso dizer que no lugar dela não fizesse o mesmo. Digo... Talvez não pelo mesmo motivo, mas... Quero dizer... Eu só... Achei que não tínhamos de originar uma guerra por causa de uma coisa daquelas.

Vi-o fixar as mãos de novo, a mexer na pulseira de couro, que costumava trazer sempre. Ele, Jasper e Emmett tinham todos uma igual e andavam constantemente com ela...
Abanei-me mentalmente. Já estava a fugir ao assunto...

– Ela não teve a culpa de eu ter sido atropelada, Edward. Tal como eu disse... Ela não me empurrou para debaixo do carro. Fui eu que tive culpa.

– Não.

– Fui sim! Eu sempre fui uma desastrada, Edward. Sempre nadei em azar com coisas deste tipo. Se quiseres confirmar, tenho milhões de rachas na cabeça que comprovam a minha teoria.

Ele sorriu e encarou-me de novo.

– És tão tonta... - sorri levemente também - Minha Bella.

Olhei-o de novo. O que é que ele tinha acabado de me chamar?

– O quê?

– Minha Bella. O que foi? Pensei que... Gostavas quando te chamava isto.

Voltei a olhar para as mãos.

– Eu só... Pensei que já não querias...

– Fui mesmo um idiota, traduzindo.

Olhei logo para ele.

– Não, Edward! Eu é que... - calei-me. Quase engoli em seco quando nos vi tão próximos, cada vez mais perto um do outro. Os olhos caíram-me de imediato para os lábios dele e não consegui evitar morder os meus. Ele sorriu antes de me levar a mão ao queixo.

– Schh... Não mordas... - disse baixinho, antes de me desprender o lábio inferior e o beijar. Fechei os olhos antes de lhe fazer o mesmo.

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