Três anos.
Durava há três anos a minha espera.
No
fundo, sabia que ele nunca iria voltar mas algo em mim pedia para não
deixar de acreditar no impossível. E eu continuava a contemplar o
relógio, a cada minuto, hora a hora, dias a fio, na eterna espera de
novamente poder voltar a ouvir a sua voz.
Os meus olhos
fixavam o céu no horizonte. As nuvens desfaziam-se em fogo, apagando os
vestígios de um Sol radioso que começara a pôr-se há pouquíssimo tempo. A
brisa da noite tornava a surgir, tal como na anterior e naquela que
viera antes dessa. E também na outra e na anterior.
Os
dias passavam sem que eu pudesse dar conta. Até que fizeram precisamente
três anos naquela noite. Mil e noventa e quatro dias certos. E o
conforto no meu coração continuava nulo. Eu continuava vazia. Tão vazia
como passara a sentir-me quando ele fora embora. Tão vazia como ficara
quando ele me deixara naquele momento.
Ainda doía. Tanto
como no instante em que as suas últimas palavras destinadas a mim
haviam sido proferidas. Ainda sentia as mesmas feridas cortantes no
peito espetarem o meu coração de uma ponta à outra sem qualquer dó e
piedade. Aquela distância ainda me matava.
Olhava o mar com a mesma mágoa de todas as noites.
As
coisas não haviam melhorado muito desde a última vez que ali estivera.
Tanto tempo de treino sem resultados, tanto tempo de estudo e
persistência em algo que nenhuma felicidade nem conforto lhe trazia ao
espírito.
Suspirou. Já nada o prendia àquelas paragens. O ar
gelado das estrelas cortava, trazia a saudade com ele. O mesmo ar gelado
que costumava derrubar os fracos com aquele tipo de sensações
descabidas. O mesmo que tentava derrubá-lo a ele, apesar da absoluta
certeza da sua falta de fraquezas. Ah, mas não iria consegui-lo.
A
ausência de tempo para pensar em inutilidades aumentava a sua
resistência face a assaltos vindos deste tipo de invasões. Ajudava-o a
manter a mente totalmente limpa, livre de qualquer potencial hipótese de
vacilação. Era uma boa ajuda. Havia que agradecer bastante ao
responsável por todo aquele treino.
Itachi… Ele devia estar quase
a chamá-lo. Aproximava-se a hora de recolher e todo o cuidado era pouco
na posição de ambos, actualmente.
Limitou-se a olhar em redor antes de cessar a utilização do Sharingan, finalmente. Virou costas e encaminhou-se para o esconderijo.
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