O resto do dia de aulas passou relativamente depressa. Eu, Ino e
Naruto andámos numa tamanha correria durante a tarde inteira mas lá nos
conseguimos aguentar. Não voltámos a ver a turma do último ano.
À saída do portão para ir para casa, ouvi uma voz conhecida chamar-me.
– Sakura!!
Voltei-me
e vi a figura pequena e magra de Hyuuga Hinata, uma aluna do segundo
ano que eu tão bem conhecia. Tínhamos estudado juntas em algumas sessões
de explicação de Inglês com a Kurenai-sensei, há uns anos atrás.
– Hinata…
– Procurei-te por todo o lado. Queria fazer-te um convite.
– A mim?
Sim,
era estranho Hinata estar a convidar-me para alguma coisa. Nos últimos
tempos, pouco ou nada havíamos falado. Ela era prima de um dos rapazes
da turma de Sasuke-kun, Neji, e, normalmente, quem os conhecia não se
dava com as turmas dos caloiros. Na verdade, ela, Itachi e o próprio
Sasuke-kun haviam sido os únicos que, em todos estes meses, haviam
alguma vez falado comigo, com Naruto ou mesmo com Ino.
– Hai.
Bem… Eu faço anos amanhã. E como é sábado e esta semana estreou um
filme que dizem que é lindo no cinema, pensei em juntar os meus amigos e
irmos ver. Que me dizes?
Fiquei de boca aberta. Uau. Hinata considerava-me a mim
sua amiga? Eu? A estranha miúda de cabelos cor-de-rosa, testa larga e
super impopular já desde a pré-primária? Algo ali não me soava muito
bem.
– Tu… Tens a certeza de que queres que eu vá?
Hinata sorriu da sua habitual forma tímida, acenando.
– Hai, claro.
Consegui
sorrir em resposta, encolhendo os ombros. Se pensasse nisso… Hinata
sempre havia sido muito simpática comigo, sempre me tratara de forma
igual ao que fazia com todos os outros colegas. Se já não nos falávamos
há um tempo tinha de admitir que, em parte, a culpa era minha. Não me
sentia muito à-vontade a falar com os populares e mais velhos da
Academia.
– Arigatoh, Hinata.
– Dukashi masteh. Amanhã à porta do cinema às 2h?
– Hai.
– Hai. Ja ne, Sakura.
– Ja ne…
Observei
Hinata a afastar-se e segui, depois, o meu caminho em direcção a casa.
Ino e Naruto haviam ficado na escola até mais tarde a acabar um trabalho
e iriam juntos para casa depois. O que significava que, naquele dia, eu
teria de me virar sozinha.
Dali até à residência da minha
família não demorava mais do que meia hora, a passo calmo. Morava apenas
a uns três quarteirões da Academia e o caminho fazia-se razoavelmente
bem, pois ainda era dia claro.
A aldeia estava pouco povoada
àquela hora, apesar de haver alguns jovens a chegar a suas casas tal
como eu e alguns adultos que já chegavam também dos seus postos de
trabalho. A semana acabara, oficialmente, para muita gente, incluindo
para mim. Sorria enquanto caminhava, imaginando-me a descansar na minha
caminha durante a hora inteira seguinte.
Quando cheguei a casa,
ainda os meus pais não estavam. Descalcei-me, fui à cozinha para beber
um pouco de leite e subi, depois, para o meu quarto onde me joguei na
cama mal entrei porta adentro.
Aninhei-me à almofada e acabei por adormecer.
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