Chapter Twenty-Six

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Escolha

Pela primeira vez na minha vida, fizera o esforço de olhar para a roupa que iria vestir mais de uma vez. Edward estava a caminho... E eu mal podia esperar que ele chegasse. A demora deveria querer dizer que também se devia ter ido preparar. Eu sabia igualmente que tinha de fazer o mesmo. Enfrentar o chefe Swan a um Sábado à tarde não era pêra doce. O meu pai tinha um ódio contido aos fins-de-semana. Só esse facto já tornava a batalha que eu e Edward iriamos travar, à partida, um acto perdido. Mas mesmo assim resolvi arriscar. Nunca se podia adivinhar o que passaria pela cabeça do meu pai. Às vezes, ele chegava a ser bastante imprevisível. Mesmo para mim, que o conheço melhor do que ninguém.
Sorri ao tocar no medalhão que Alice me oferecera, enquanto o colocava com todo o cuidado ao pescoço. Só de pensar em ter a imagem de Edward tão perto do meu coração, o fazia acelerar como um doido. Boa escolha! Combinava na perfeição com a roupa que eu escolhera para vestir. Dei mais uma olhadela no espelho e fui direita à casa-de-banho.
As olheiras tinham desaparecido, talvez porque, pela primeira vez em alguns dias, eu conseguira dormir descansada, sem pensamentos parvos a atrofiarem-me o sistema. Estava tudo bem melhor desde que eu voltara para a escola. E depois, ainda havia aquele lugar, lá perto, onde Edward me levara daquela vez. O tempo que tinhamos passado lá. Aquele sítio, visto em outra ocasião, dar-me-ia arrepios. Mas Edward fazia o meu medo, fosse pelo que fosse, desaparecer por completo. Por ele, eu sentia que podia enfrentar tudo, vencer tudo, sair gloriosa de qualquer batalha... Mesmo que ela já parecesse perdida, logo à partida. Ele dava-me todas as forças que eu precisava para continuar a seguir em frente. E tê-lo a meu lado era, e seria sempre, o meu maior troféu. A minha conquista mais importante.
Isto tudo remetia de novo ao meu último pensamento: O meu pai. Conseguiria Charlie Swan perdoar Edward por uma coisa que ele nem sequer havia feito e da qual a única culpada era a sua querida filha, Bella? O episódio seguinte estava mesmo a chegar, para vir tirar aos espectadores, todas as dúvidas.

– Bella? - Quase mandei um salto quando a minha mãe bateu à porta do meu quarto - O Edward está lá em baixo.

OH... Meu Deus! O meu coração já estava aos pontapés de novo, dentro do peito.

– Sim, vou já... - Saí da frente do espelho e saí porta fora para a deixar ver-me bem - O que achas? Como estou?

Ela sorriu-me, antes de me dar um beijo na testa.

– Linda. Como sempre.

Respirei fundo, com um sorriso estampado no rosto, seguindo-a depois, corredor a fora. Fomos caladas o resto do caminho até chegar ao cimo das escadas.
Qualquer batimento que ainda restasse ao meu frágil coração, cessou completamente quando o vi, lá em baixo. Cruzámos o olhar um com o outro e eu parei. Tinha uma vontade enorme de desatar a correr escadas abaixo e lançar-me nos braços dele, mas lutava contra ela devido ao perigo nunca ausente de rebolar degrau a degrau e acabar com uma perna partida. Seria uma boa humilhação!
O mundo tinha parado, mais uma vez. Sempre que estava com ele, sentia que o mundo parava. Só existiamos nós os dois, eu e ele, como um só, presos um no outro como dois seres colados entre si pelo olhar.
Desci as escadas devagar. Os olhos dele procuravam os meus sempre que sentiam a minha vista baixar de retorno ao chão. Pegou na minha mão quando nos achámos frente-a-frente. Beijou-a. Eu só consegui sorrir, de imediato.

– Estás maravilhosa...

– Tu... Também estás muito bem... - ri-me mentalmente com a estupidez que acabara de dizer. Até parecia que, alguma vez, em algum universo alternativo, Edward não estaria "muito bem". Ele era perfeito!

– Vamos embora? - perguntou-me ele, tirando-me dos meus pensamentos. Vi que sorria daquela forma que eu adorava e senti-me corar por completo, face a isso.

– Sim... - respondi, simplesmente. Ainda o olhava enquanto nos dirigíamos para a porta...

– ONDE É QUE PENSAS QUE VAIS LEVAR A MINHA FILHA?!

Oh não... Digam-me que isto não me está a acontecer...
Olhei para trás. O meu pai estava de pé, à saída da sala, sem ligar nenhuma às tentativas da minha mãe para o tentar deter a ele e aos seus gritos.

– Chefe Swan, eu...

– Tu vais dar meia volta e pôr esse traseiro nojento fora da minha casa e tu, Bella, vais directa para o teu quarto!

O quê??!

– Pai, eu não vou para lado nenhum! Ou melhor vou, mas vou com o Edward - tentei.

– Se sais porta fora, juro-te que ficas de castigo da próxima vez que entrares novamente por ela, Isabella Marie Swan!

– Não quero saber! Não dou a mínima para isso, pai.

– Esse rapaz...

– Este rapaz é meu namorado e eu vou saír com ele, seja onde for que ele me queira levar e tu não tens nada a ver com isso!

Quando dei por mim, ainda gritava mais alto do que ele. Mas o meu pai insistia sempre. E como viu que não conseguia convencer-me aos berros, resolveu mudar de táctica.

– Bells... Por causa dele, tu quase... - calou-se. Imaginei que lhe custasse dizer a palavra - Eu sou teu pai, Bells...

– Mas isso não te dá o direito de acusares o Edward por algo em que ele não teve culpa!

– Bella - interrompeu Edward, parado ao meu lado - Esquece. É melhor eu ir, não te quero arranjar sarilhos.

– Mas... Edward... Eu vou contigo! Eu não vou deixar que me prendam em casa e me impeçam de estar contigo por uma estupidez! Eu amo-te, Edward... - A minha cara ficou mais quente quando a mão dele pousou na minha bochecha para a acariciar. Senti as lágrimas inundarem os meus olhos, prontas a saír a qualquer momento - Por favor. Não me deixes sozinha de novo, por favor.

– Vemo-nos na 2ª Feira... Nas aulas.

– Não. Por favor, eu... Nós não vamos aceitar isto sem sequer tentar lutar, Edward. Ou eu não valho isso?

– Claro que vales, Bella.

– Então... Luta por mim. Por favor?

Em poucos instantes, senti finalmente os vestígios de água salgada que há pouco referira, escorrerem-me face abaixo. Sabia que os meus pais continuavam ali, que assistiam a tudo, mas pouco me importava. Naquele momento, tudo o que eu queria era sentir-me tão importante para Edward como sabia que ele o era para mim. E se, para isso, tivesse de implorar pela coragem dele para enfrentar tudo e todos por minha causa, mesmo que isso significasse sofrer represálias, não queria nem saber. Desde que Edward estivesse comigo, eu faria tudo.

– Chefe Swan... Eu não vou fazer sofrer a Bella. Muito menos por algo que ela não quer. Se vir comigo é o que ela deseja, então...

– Oh, Edward... - Abracei-o com toda a força que tinha. Não sei exactamente quanto tempo estive agarrada ao pescoço dele como uma lapa mas senti, pelo menos, a expressão do meu pai suavizar. Ou talvez, fosse apenas o que me parecia.

– A escolha foi tua, Bells. Só espero que ele não te faça passar o mesmo que o Jake.

Olhei para ele, desprendendo-me dos braços de Edward por instantes.

– Ele não é o Jake, pai.

E, simplesmente, peguei na sua mão, saíndo com ele porta fora.

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