Chapter Seven

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Jantar - 1ªParte

Sentia-me tremer como varas verdes. Ainda nem conseguira decidir como levaria o cabelo. Tão depressa o amarrava, como o soltava. Estava em pulgas e nem eu sabia porquê. Ok. Saber até que sabia mas era vergonhoso de mais confessar a razão. Só de me lembrar da cara do meu pai quando lhe disse que não jantaria em casa nessa noite que, para colmatar, era a primeira que passaríamos no raio da casa nova... Metia medo.
Normalmente, ele não costumava gostar muito cada vez que algum rapaz se aproximava de mim. Dizia sempre que tinha de pôr a caçadeira atrás da porta, outra vez. O que era estranho, pois do Jake ele parecia gostar imenso. Até hoje nunca percebera a razão. Mas também nunca percebera a minha, portanto...
As luzes da casa dos Cullen estavam quase todas acesas. No primeiro andar, todas as janelas se achavam iluminadas, pelo menos. Resolvi parar de tremer e começar a descer as escadas. Já eram quase nove horas.
Acabei por deixar o cabelo assim mesmo. Nem me iria preocupar mais, até porque o que sou está mais do que à vista de qualquer olho humano. O meu eu é um completo sinónimo de vulgaridade. Nem sei porque me esforço por parecer diferente, por mais que tente nunca conseguirei ser minimamente interessante.

– Já vais, Bella?

Acenei só e vi o sorriso da minha mãe abrir-se-lhe no rosto.

– Boa sorte, filha.

Sorri-lhe, antes de sair porta fora. Ainda estava nervosa. Aliás, acho que o meu nervoso miudinho aumentava a cada passo que eu imprimia na direcção da casa em frente à minha. Antes mesmo de chegar à entrada, a porta abriu-se. Uma Alice sorridente saiu para me cumprimentar.

– Olá, olá, olá. Viste? Eu sabia que o vestido te ficaria mais do que a matar - segredou-me ela.

Sim, é verdade. Eu deixara o meu aspecto, em parte, aos cuidados de Alice, mas apenas por não saber como aparecer num jantar em casa de Edward. E sim, eu continuava precisamente com a mesma opinião acerca do vestido que ela practicamente me obrigara a usar, mas ela insistira tanto que não fora capaz de lhe dizer que não.
Era estranho como, mesmo sem quase nos conhecermos, Alice e eu já nos dávamos tão bem. Quero dizer, ela parecia gostar de mim, pelo menos. Até me havia dado uma ajuda e tudo. Isso devia ser bom, não devia?

– Malta, a nossa convidada chegou!

Contive-me bastante a olhar em volta quando marquei a entrada com o meu primeiro passo. Subi o degrau com todo o cuidado, tentando que os meus pés resistissem ao impulso de tropeçarem neles próprios, como aliás era um hábito muito frequente em mim. Graças aos céus que conseguira demover a Alice de me obrigar a usar saltos, senão era a treva!

– Olá Bella, prazer em conhecer-te.

Nunca tinha visto o homem que acabara de me cumprimentar. Talvez fosse o pai, o tal Doutor Cullen, se bem que parecia demasiado novo para já ser pai de uns filhos daquela idade. Na verdade, talvez fossem os filhos adoptivos dele que fossem demasiado velhos, quem sabe.

– Bella, este é o meu pai, o Carlisle - disse-me Alice. Acenei.

– Gostámos muito de teres aceite o convite.

– Obrigada.

Ouvi passos. O som de saltos a saírem do que parecia ser a direcção da cozinha, a julgar pelo cheiro.

– Olá, Bella. Como estás?

– Bem, obrigada.

– É a Esme, a minha mãe. A responsável pelo odor a guisado vindo da cozinha - ri-me, enquanto Alice continuava com as apresentações. Carlisle e Esme acompanharam a minha boa disposição, sem hesitar.

– Já vi que a diversão já começou! Ena, ena! - disse uma voz que eu já ouvira algumas vezes. Olhei na direcção das escadas e vi a figura enorme de Emmett devorando cada degrau. Ali tão perto, ele parecia ainda mais assustador.

– Comporta-te, Em. Temos visitas - avisou Esme.

– Sempre, cota!

– Emmett!

– Já cá não está quem abriu a matraca.

– Sempre o mesmo, Emmett, não achas que te devias comportar, para variar?

A seguinte figura a descer as escadas veio abraçar-se a Alice e beijou-a na testa, sempre envergando o seu ar muito sério.

– Bella - acenou só com a cabeça. Eu acenei também. Ao que parecia, eu não inspirava nem um bocado a confiança de Jasper.

– Não lhe ligues, Belly-Belly. Ele só é emburrado de cara. Havias de o ver com a Alice, lá em cima no...

– Ei, Emmett! Chega! - disse uma voz bem conhecida aos meus ouvidos. Voltei-me de novo para as escadas e vi-o. Senti as bochechas ficarem quentes quando me dei conta que estava a corar horrivelmente. Ele estava tão lindo! (Mas o que raios estou eu para aqui a dizer? Ele é lindo!)

Segui-o com o olhar enquanto ele me encarava e se aproximava de mim, a passos calmos. O resto do mundo voltara a não existir para mim.

– Olá, Bella.

Engoli em seco.

– Olá, Edward.

– Estás... Estás linda.

Consegui ver pelo canto do olho o sorriso de triunfo de Alice, assim como a tentativa forçada de Emmett para não se rir a olhar para Edward e para mim. Ignorei-o, pura e simplesmente. Se bem que ele ainda me ia pagar por me ter chamado Belly-Belly! Que raio de alcunha mais estúpida que ele me havia de arranjar, francamente!

...

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