Chapter Seventeen

em quinta-feira, 11 de outubro de 2012 |
Indiferença

"Estou de volta a casa. Já não era sem tempo. Estava farta daquela maldita cama de Hospital. Cansada. Exausta. Não conseguia ficar mais tempo deitada. Graças a Deus que me consegui livrar daquele maldito suplício.
O meu quarto continua idêntico, tal como o deixei. Nem um grão de pó foi remexido aqui, ao que parece. Nem parecia que se tinha passado quase uma semana. Era tanto tempo. E eu que o diga...
Estas mesmas palavras já estão a ser escritas no meu caderno secreto, enquanto estou sentada à secretária a observar a paisagem lá de fora.
Cedo à tentação de olhar para a casa em frente da minha. Pensar que nem sequer sei em que raio de janela ficará o quarto dele. Nem sequer se poderei ficar a pensar nisso, nem se ele quer que o faça. Volto a fixar o caderno. As palavras continuam a surgir sobre as linhas, mesmo à minha vista.
Edward. Céus, como eu tinha saudades dele! Um minuto da sua ausência era, para mim, quase um século da minha existência. Como era possível estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo? Como era possível que isso me fizesse sofrer de tal maneira, que a minha única vontade fosse a de rebentar de saudades?"

Parei de escrever. Ainda fixava o caderno, tal como antes. Aquelas linhas serviam como que barreiras para apoiar a cabeça, sempre que me sentia a cair. Neste caso, era o meu coração que ameaçava acabar por se derrubar.
Suspirei.
Voltei à escrita.

"Estamos longe... Mas perto.
Estamos a um passo... Mas a quilómetros.
Este coração vai batendo procurando encher o vazio que a partida do teu deixou.
E vai caindo.
Lentamente, vai caindo.

Um coração que procura cada vulto para se apoiar,
Para continuar a viver num mundo onde o teu tem obrigatoriamente de existir.
Um coração que se vai perdendo
Num sufoco trémulo
Quando a vida que ainda guarda em si acaba por sucumbir,

E eu aqui.
Tão perto... Mas tão longe,
À espera que, por telepatia,
Teus pensamentos me cheguem e me façam voltar a sonhar.

Mas é em vão.
E a tua indiferença vai-me matando aos poucos.

As chamas do mar tão longe de mim
Gritam de proximidade enquanto te afastas.
Estamos apenas a um passo... Mas as nossas almas cada vez mais distantes."



Voltei a suspirar antes de cessar o movimento da caneta. Que raio de estupidez escrevia eu?Ele nem sequer me tinha vindo ver, nem tinha feito questão de verificar se eu chegara bem, se estava bem, se estava totalmente recuperada. E eu aqui, sem conseguir tirá-lo da cabeça, como se ele fosse a coisa mais importante do mundo para mim, nesta altura.
Urff...
Esta paixoneta estúpida estava, de facto, a matar-me. O pior é que eu começava a sentir-me cansada disso. Já nem paciência tinha para olhar para o raio do caderno quanto mais!
Mais tarde ou mais cedo, sabia que ele iria perceber. Que viria ter comigo. Mas... Se não viesse, então... Eu teria de esquecer, só isso. Já tinha dado tantas cabeçadas ao longo de 17 anos, que mais uma não iria fazer qualquer diferença. Pelos vistos, não era em Phoenix que estava o único Jake da minha vida. Por ali, existia uma pessoa bem semelhante. Edward Cullen.

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